domingo, 16 de outubro de 2011
Marketing verde, realidade insustentável e papel da Ciencia
Por: Liliana Peixinho * Como jornalista ativista desenvolve campanhas Desperdicio Zero
De que maneira a Comunicação pode contribuir, ou não, com a sustentabilidade? A informação veiculada e acessada, filtrada, pode ajudar na mudança de comportamento? Como isso pode acontecer, de fato? Se formos verificar o volume de investimentos que governo e empresas realizam, para propagar programas e produtos, podemos supor que as contrapartidas em visibilidade, credibilidade e por conseqüência, consumo, apresentam retornos que satisfazem bem os interesses de uma das partes da cadeia, os investidores. Mas, e o consumidor, esta satisfeito? E a matriz de produção, tem sido preservada, cuidada?
Se a Comunicação como grande área do jornalismo, publicidade, relações públicas, assessoria de imprensa, redes sociais e outras, que aparecem no cenário do avanço de novas tecnologias, tem peso relevante nas demandas diversas do cotidiano qual o modelo de Ciência que queremos, precisamos para a pautas permanentes como a defesa e promoção de direitos, manejo sustentável dos recursos naturais, manejo de resíduos, incentivo, apoio e promoção ao uso de energias renováveis, limpas, redução do risco de desastres, preparação e adaptação às mudanças climáticas.
É objetivo desse artigo despertar a atenção sobre forma, velocidade, conteúdos e resultados de comportamentos construídos pela mídia, através da propagação massiva de conteúdos, sob o olhar da sustentabilidade. Essa pesquisa é reforçada por depoimentos de especialistas e jornalistas sobre o cotidiano brasileiro, mostrando quão distante anda o discurso, generalizado, da prática. Onde a garantia da Vida se revela frágil quando observamos o caos em setores importantes como saúde, educação, transportes, moradia, emprego. Problemas sentidos de perto por quem mais o governo diz estar dando atenção: as classes média e pobre.
Lobby invisível
Quando analisamos dados como o do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ao revelar que os dois por cento mais ricos dos adultos do mundo possuem mais do que a metade da riqueza familiar global, enquanto que os 50 por cento mais pobres dos adultos possuem apenas um por cento e constatamos que os ricos foram os que mais se beneficiaram com o crescimento econômico global vemos que em termos gerais, as pessoas pobres não conseguiram se incluir, ao contrário pioraram sua qualidade de vida já que grande parte dos danos ambientais causados pelos seres humanos é causada para satisfazer o consumo das pessoas ricas. E esse modelo de consumo, de distribuição e acesso ao que está sendo produzindo no mundo, no Brasil, que está em questionamento. São esses recortes sociais de insatisfação que nos mostra uma relação indireta com o meio ambiente e, assim, raramente vêem os danos que estão causando. Que mudanças de comportamento observamos nesse modelo de desenvolvimento? Vejamos: a classe rica, a que detém todos os poderes, de informação, de recursos, de acesso, de articulação, de mobilização, sabe o valor, por exemplo, dos produtos orgânicos, para a saúde. Quem produz orgânico sem apoio nenhum são os pequenos agricultores familiares, que nem acesso a recursos de investimentos via bancos ou agencias de desenvolvimento, conseguem garantir para suas micros safras. Esse povo viaja léguas para ir até as feirinhas da cidade mais próxima para vender, aliás, entregar, quase de graça, produtos que consumiram suor e sangue, meses a fio, sem água, sem energia, a preços que não cobrem as mínimas necessidades de uma cesta básica. Eles vendem, por exemplo, tapioca e beiju, para comprar bolachas quimicamente coloridas, e ai qualquer lógica de autosustentação se esvai pois a cadeia produtiva sustentável é quebrada quando exploramos a mão de obra que “dá duro”, “pega forte no batente”, esquenta os miolos no sol quente “ durante a “lida” nas roças nordestinas de mandioca. Portanto, a classe alta provavelmente continuará com o seu alto consumo e as classes baixas trabalhando duro para alimentá-los com o que há de melhor, na segurança alimentar, no artesanato, nos paradisíacos roteiros turísticos. Riquezas biodiversas que a comunidade cuida como pode e o turista, vem, suja e degrada sob o discurso da ilusão usado na propagada da geração de emprego e renda, bordão mais utilizado pelo lobby invisível entre governo e empresas.
Vida frágil
Entre especialistas em comunicação circula informações sobre a velocidade da propagação do conceito sustentabilidade e a necessidade de entender melhor o sentido profundo da expressão, usada massivamente sem a devida interseção harmônica nas escalas de produção. Mais do que significado, uma frase vale por seu efeito estético, moderno, linkado com uma realidade que insiste resistir aos desafios de mudanças de comportamento para a sustentação de sistemas fragilizados pela ganância, lucro fácil e rápido, desperdício de tempo e recursos, em nome de uma Vida frágil e ignorada. Mesmo depois que a Ciência propagou ao mundo os problemas com o clima, e esses dados vem sendo divulgados desde os anos 70, a preocupação com as conseqüências geradas por essas bruscas transformações na Vida, não vemos ainda, mudanças de comportamento para essas adaptações discutidas entre os cientistas e pela mídia como uma questão de importância global, empresários, bancos, instituições de ensino, agricultores comunitários, governos em âmbito nacional e internacional parecem estar linkados, mas de forma desconexa, paradoxal, onde discurso e prática estão bem distantes da realidade.
Apesar do apelo ideológico difundido massivamente, com reforço diário do discurso da sustentabilidade, o conceito parece estar distante de práticas, ações, gestões, comportamentos, que levem equilíbrio, harmonia, entre o que, como, e quanto se produz, na cadeia das atividades econômicas. Nesse contexto, como a Comunicação, o jornalismo, a publicidade, as redes sociais, as listas de discussões, os grupos virtuais, blogs, sites, entre outros, podem contribuir com informações, transversalizadas, contextualizadas historicosocialmente, para a construção de uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar, fazer, se comportar, agir, mudar, no que tem se mostrado, demandado, como necessário e urgente?
Discurso desconectado
De um lado vemos que os avanços da Ciência no prolongamento da Vida humana estão desconectados com a mesma fragilidade que essa vida se mostra em ambientes criminosamente impactados por essa mesma ação humana. Esse paradoxo entre as descobertas científicas e a preservação da Vida, num planeta que ainda estamos a conhecer, parece desconsiderar o tempo como o grande protagonista da História, que é determinada por ele. O homem pode viver 100, 110 ou mais anos. Ao mesmo tempo e no mesmo lugar, crianças continuam nascendo sem prevenção à saúde para garantir o início da vida. Faltam direitos simples, mínimos, como o de poder dar o primeiro suspiro numa maternidade com as mínimas condições profiláticas para isso.
Estamos bombardeados de propagandas sobre produtos que causam obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer e um sem número de doenças, diretas ou indiretamente relacionadas ao que consumimos. E não temos proteção para atendimentos médico, psicológico ou jurídico, necessários, decorrentes de comportamento construídos por uma mídia que parece focar apenas na sedução para a compra, desconectada com os resultados gerados pelo comportamento que a mensagem produziu no espectador, leitor, internauta, ouvinte, dentro ou fora de casa.
A televisão, por exemplo, entrou no mercado, nas lares, com força e poder para ditar comportamentos desproporcionais ao poder aquisitivo dessas famílias que se sentam, absortas, em frente a telinha. Vemos agora esse poder sendo dividido, compartilhado, distribuído para as redes sociais, onde esse mesmo poder da mídia veio ainda com mais força, com velocidade ainda maior, para transpor o tempo, agora imediato, real. A mesma competência que esteia o discurso da mídia verde vazia deve ser buscada com a inteligência exigida pela urgência que estar a querer a Vida, harmoniosa e sem pressa, como merecemos ser.
Essa mídia veloz em estimular o consumo, pelo consumo, vem empurrando a Vida para uma correria estressante onde por exemplo, comprar carro, para ficar preso em engarrafamentos, nas rodovias e centros urbanos, pagar até 15 reais de estacionamento, e correr todos os riscos por falta de seguro, parece ser mais importante do que se alimentar bem, como cultura de prevenção e saúde. Acordar cedo para trabalhar fora de casa, para pagar uma babá, que também deixou o filho em casa para ir trabalhar, alimenta cadeias de vida insustentáveis, famílias desestruturadas, ambientes de risco tosco. Se formos analisar o ciclo perverso sobre o trabalho das mães babás dos filhos dos outros, por exemplo, o custo social desse comportamento pode ser exemplo de diversos outros ciclos da vida em via crucis.
Jornalismo e investigação
E dever da Comunicação estar atenta as condições sociais para garantia da Vida? Se for e sabemos que é, então não podemos fazer de conta que não vemos empresas propagando-se sustentável, sem ser. Ao usar trabalho escravo, impactar o ambiente e não ter compromisso em cuidar, preservar, garantir condições para futuras gerações, não é sustentável. E, como disse o colega Andre Trigueiro, nós jornalistas, temos obrigação em dizer e mostrar porque projetos ditos sustentáveis, não o são, de fato. Claro que isso dá trabalho, precisa de investigação, coragem, e uma dose de ética que o mercado publicitário, e mesmo jornalístico, não parece estar interessado. Ter jornalistas que façam essa diferença nas redações e agora, em blogs, mídias e redes sociais, parece ser o caminho para aqueles que querem e acreditam no fazer como compromisso de mudanças.
Apesar da visibilidade midiática e da evolução do conceito: desenvolvimento sustentável, a realidade cotidiana demonstra, nos faz ver, perceber, sentir, registrar, que ações, de fato, sustentáveis, são difíceis de comprovar, diante de realidades diárias sobre a natureza humana e ambiental. Essas faces do ambiente estão degradadas, violentadas, exploradas, impactadas. A sustentabilidade tem sido ênfase dos discursos, peças publicitárias, propagandas, falas de governo, empresas e ONGs. De forma competente e criativa percebemos o apoderamento do termo para surfar na onda do marketing verde vazio.
Quando alguém, um governante, um empresário, um representante de um instituto, ONGs, associação, diz que faz um programa dessa ou daquela maneira e não o faz, de fato, como anuncia, qual deve ser o comportamento da mídia?. O corporativismo, com certeza, é outro elemento dificultador. O medo de perder emprego, contrariar interesses, mais forte ainda. O compromisso com os efeitos da informação não parece ser prioridade em agendas controladas pela política financeira. E, mesmo nas bancas acadêmicas o tempo e sempre pouco para aprofundar o debate.
A Carta da Terra diz que “devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. E, que para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Nesse contexto, é imperativo reforçarmos o saber como instrumento de construção, impulsão, para qualquer modelo, jeito de viver, que reforce a condição humana como frágil, limitada, diante do poder da Natureza, cujas facetas, climáticas, por exemplo, a própria Ciência ainda ignora, desconhece?
Ciência e Sustentação
Qual o modelo de gestão da Ciência para problemas revelados pela própria Ciência sobre a necessidade humana de adaptar-se? Conforme a própria Ciência, para se realizar ações de adaptação é necessário financiamento e transferência de tecnologia para ajudar as comunidades pobres a se adaptarem aos impactos inevitáveis da mudança climática. No âmbito local, isto pode consistir em ajudar as pessoas com poder na comunidade, tais como funcionários ou agências locais, a se conscientizarem sobre o que está acontecendo e incentivá-las a agir, de maneira que as comunidades possam se adaptar às mudanças climáticas; muitas chuvas, secas prolongadas, incêndios florestais, entre outras, para se desenvolver de maneira mais sustentável. Mas isso não ocorre. As vitimas nordestinas das ultimas enchetes estão abandonadas, sem casas, levadas pelas furiosas enxurradas. No âmbito nacional, o trabalho de defesa e promoção de direitos poderia consistir em pedir aos governos para que obtenham acesso ao financiamento e à transferência de tecnologia necessária ou em procurar apoiar ou influenciar os Planos de Ação Nacionais de Adaptação (NAPAs). Isso até é acionado, mas o recurso não chega na ponta da cadeia de produção. Fica no meio do caminho ou na ponta inicial.
Outra ação seria a mitigadora, ou seja, feito o estrado, vamos agora mitigar, reduzir as emissões de gases de efeito estufa para um nível global “seguro”. Os países ricos são os que devem fazer a maior parte das reduções, enquanto que os países pobres devem obter acesso a financiamento e tecnologia para se desenvolverem de maneira sustentável, como, por exemplo, recebendo incentivos para proteger suas florestas. Há quem defenda, por exemplo, que na comunidade, em âmbito local, o trabalho de defesa e promoção de direitos poderia consistir em informar as autoridades locais sobre como colaborar com os processos nacionais e educá-las sobre possíveis opções de mitigação, tais como a utilização de energia renovável. Em âmbito nacional, o trabalho de defesa e promoção de direitos poderia consistir em pedir aos governos acesso ao financiamento e à tecnologia necessária para ajudar as comunidades a se desenvolverem de forma mais sustentável. E o jornalismo investigativo, comprometido, ativismo jornalístico ambiental vai e campo e observa, constata que isso não acontece, de fato, acontece na propaganda, nos relatórios, nas falas, nos discursos, seminários, congressos, relatórios e tudo o que acaba fortalecendo a insustentação da vida em ambientes pobres, carentes de atenção e seriedade com os recursos captados e não alocados.
E, como a vida continua pautada no consumo, seja de idéias, fazeres e experiências, necessário e sensato, parece ser, adotar políticas, práticas, comportamentos, que alimentem a construção de cadeias de suprimentos onde, fornecedores, distribuidores, varejistas e consumidor final, estejam em harmonia, em sintonia, com as adaptações que o planeta, o ambiente, rural ou urbano, estar a nos exigir, para a garantia da Vida, em suas diversas formas.
Liliana Peixinho* - Jornalista, ativista, Fundadora dos Movimentos Livres AMA – Amigos do Meio Ambiente e RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Especializada em Mídia e RSA. MBA em Turismo e Hotelaria. Posgraduanda em Jornalismo Científico e Tecnológico - UFBA Objeto de pesquisa para o Projeto de mestrado “Mídia, transversalidade na informação e sustentabilidade” . lilianapeixinho@gmail.com
sábado, 8 de outubro de 2011
Marketing verde x realidade insustentável
De que maneira a Comunicação pode contribuir, ou não, com a sustentabilidade? A informação veiculada e acessada, filtrada, pode ajudar na mudança de comportamento? Como isso pode acontecer, de fato? Se formos verificar o volume de investimentos que governo e empresas realizam, para propagar programas e produtos, podemos supor que as contrapartidas em visibilidade, credibilidade e por conseqüência, consumo, apresentam retornos que satisfazem bem os interesses de uma das partes da cadeia, os investidores. Mas, e o consumidor, esta satisfeito? E a matriz de produção, tem sido preservada, cuidada?
É objetivo desse artigo despertar a atenção sobre forma, velocidade, conteúdos e resultados de comportamentos construídos pela mídia, através da propagação massiva de conteúdos, sob o olhar da sustentabilidade. Essa pesquisa é reforçada por depoimentos de especialistas e jornalistas sobre o cotidiano brasileiro, mostrando quão distante anda o discurso, generalizado, da prática. Onde a garantia da Vida se revela frágil quando observamos o caos em setores importantes como saúde, educação, transportes, moradia, emprego. Problemas sentidos de perto por quem mais o governo diz estar dando atenção: as classes média e pobre.
Entre especialistas em comunicação circula informações sobre a velocidade da propagação do conceito sustentabilidade e a necessidade de entender melhor o sentido profundo da expressão, usada massivamente sem a devida interseção harmônica nas escalas de produção. Mais do que significado, uma frase vale por seu efeito estético, moderno, linkado com uma realidade que insiste resistir aos desafios de mudanças de comportamento para a sustentação de sistemas fragilizados pela ganância, lucro fácil e rápido, desperdício de tempo e recursos, em nome de uma Vida frágil e ignorada.
Apesar do apelo ideológico difundido massivamente, com reforço diário do discurso da sustentabilidade, o conceito parece estar distante de práticas, ações, gestões, comportamentos, que levem equilibrio, harmonia, entre o que, como, e quanto se produz, na cadeia das atividades econômicas. Nesse contexto, como a Comunicação, o jornalismo, a publicidade, as redes sociais, as listas de discussões, os grupos virtuais, blogs, sites, entre outros, podem contribuir com informações, transversalizadas, contextualizadas historicosocialmente, para a construção de uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar, fazer, se comportar, agir, mudar, no que tem se mostrado, demandado, como necessário e urgente?
De um lado vemos que os avanços da Ciência no prolongamento da Vida humana estão desconectados com a mesma fragilidade que essa vida se mostra em ambientes criminosamente impactados por essa mesma ação humana. Esse paradoxo entre as descobertas científicas e a preservação da Vida, num planeta que ainda estamos a conhecer, parece desconsiderar o tempo como o grande protagonista da História, que é determinada por ele. O homem pode viver 100, 110 ou mais, ao mesmo tempo e no mesmo lugar, crianças que nascem, agora, não garantem o início da vida por falta de direitos simples, como poder dar o primeiro suspiro numa maternidade com as mínimas condições profiláticas para isso.
Estamos bombardeados de propagandas sobre produtos que causam obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer e um sem número de doenças, diretas ou indiretamente relacionadas ao que consumimos. E não temos proteção para atendimentos médico, psicológico ou jurídico, necessários, decorrentes de comportamento construídos por uma mídia que parece focar apenas na sedução para a compra, desconectada com os resultados gerados pelo comportamento que a mensagem produziu no espectador, leitor, internauta, ouvinte, dentro ou fora de casa.
A televisão, por exemplo, entrou no mercado, nas lares, com força e poder para ditar comportamentos desproporcionais ao poder aquisitivo dessas famílias que se sentam, absortas, em frente a telinha. Vemos agora esse poder sendo dividido, compartilhado, distribuído para as redes sociais, onde esse mesmo poder da mídia veio ainda com mais força, com velocidade ainda maior, para transpor o tempo, agora imediato, real. A mesma competência que esteia o discurso da mídia verde vazia deve ser buscada com a inteligência exigida pela urgência que estar a querer a Vida, harmoniosa e sem pressa, como dever e merecemos ser.
Essa mídia apressada em estimular o consumo pelo consumo vem empurrando a Vida para uma correria para comprar carro para ficar preso em engarrafamentos, nas rodovias e centros urbanos. Acordar cedo para trabalhar fora de casa para pagar uma babá que também deixou o filho em casa para ir trabalhar, alimentando cadeias de vida insustentáveis. Se formos analisar o ciclo perverso sobre o trabalho das mães babás dos filhos dos outros, por exemplo, o custo social desse comportamento pode ser exemplo de diversos outros ciclos de via crucis da vida.
E dever da Comunicação estar atenta as condições sociais para garantia da Vida? Se for e sabemos que é, então não podemos fazer de conta que não vemos empresas propagando-se sustentável, sem ser, pois ao usar trabalho escravo, impactar o ambiente e não ter compromisso em cuidar, preservar, garantir condições para futuras gerações, não é sustentável. E, como disse o colega Andre Trigueiro, nós jornalistas, temos obrigação em dizer e mostrar porque projetos ditos sustentáveis, não o são, de fato. Claro que isso dá trabalho, precisa de investigação, coragem, e uma dose de ética que o mercado publicitário, e mesmo jornalístico, não parece estar interessado, em sua maior parte. Ter jornalistas que façam essa diferença nas redações e agora, nos blogs e mídias sociais, parece ser o caminho para aqueles que querem e acreditam no fazer como compromisso de mudanças.
Apesar da visibilidade midiática e da evolução do conceito: desenvolvimento sustentável, a realidade cotidiana demonstra, nos faz ver, perceber, sentir, registrar, que ações, de fato, sustentáveis, são difíceis de comprovar diante de realidades diárias sobre a natureza humana e ambiental. Essas faces do ambiente estão degradadas, violentadas, exploradas, impactadas. A sustentabilidade tem sido ênfase dos discursos, peças publicitárias, propagandas, falas de governo, empresas e ONGs. De forma competente e criativa percebemos o apoderamento do termo para surfar na onda do marketing verde vazio.
Quando alguém, um governante, um empresário, um representante de um instituto, ONGs, associação, diz que faz um programa dessa ou daquela maneira e não o faz, de fato, como anuncia, qual deve ser o comportamento da mídia?. O corporativismo, com certeza, é outro elemento dificultador. O medo de perder emprego, contrariar interesses, mais forte ainda. O compromisso com os efeitos da informação não parece ser prioridade na agenda, nem mesmo nos compromisso da academia.
A Carta da Terra diz que “devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. E, que para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Nesse contexto, é imperativo reforçarmos o saber como instrumento de construção, impulsão, para qualquer modelo, jeito de viver, que reforce a condição humana como frágil, limitada, diante do poder da Natureza, cujas facetas, climáticas, por exemplo, a própria Ciência ainda ignora, desconhece?
E, como a vida continua pautada no consumo, seja de idéias, fazeres e experiências, necessário e sensato, parece ser, adotar políticas, práticas, comportamentos, que alimentem a construção de cadeias de suprimentos onde, fornecedores, distribuidores, varejistas e consumidor final, estejam em harmonia, em sintonia, com as adaptações que o planeta, o ambiente, rural ou urbano, estar a nos exigir, para a garantia da Vida, em suas diversas formas.
Liliana Peixinho* - Jornalista, ativista, Fundadora dos Movimentos AMA – Amigos do Meio Ambiente e RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Especialização em Mídia e RSA. MBA em Turismo e Hotelaria. Posgraduanda em Jornalismo Científico e Tecnológico - UFBA. lilianapeixinho@gmail.com
De que maneira a Comunicação pode contribuir, ou não, com a sustentabilidade? A informação veiculada e acessada, filtrada, pode ajudar na mudança de comportamento? Como isso pode acontecer, de fato? Se formos verificar o volume de investimentos que governo e empresas realizam, para propagar programas e produtos, podemos supor que as contrapartidas em visibilidade, credibilidade e por conseqüência, consumo, apresentam retornos que satisfazem bem os interesses de uma das partes da cadeia, os investidores. Mas, e o consumidor, esta satisfeito? E a matriz de produção, tem sido preservada, cuidada?
É objetivo desse artigo despertar a atenção sobre forma, velocidade, conteúdos e resultados de comportamentos construídos pela mídia, através da propagação massiva de conteúdos, sob o olhar da sustentabilidade. Essa pesquisa é reforçada por depoimentos de especialistas e jornalistas sobre o cotidiano brasileiro, mostrando quão distante anda o discurso, generalizado, da prática. Onde a garantia da Vida se revela frágil quando observamos o caos em setores importantes como saúde, educação, transportes, moradia, emprego. Problemas sentidos de perto por quem mais o governo diz estar dando atenção: as classes média e pobre.
Entre especialistas em comunicação circula informações sobre a velocidade da propagação do conceito sustentabilidade e a necessidade de entender melhor o sentido profundo da expressão, usada massivamente sem a devida interseção harmônica nas escalas de produção. Mais do que significado, uma frase vale por seu efeito estético, moderno, linkado com uma realidade que insiste resistir aos desafios de mudanças de comportamento para a sustentação de sistemas fragilizados pela ganância, lucro fácil e rápido, desperdício de tempo e recursos, em nome de uma Vida frágil e ignorada.
Apesar do apelo ideológico difundido massivamente, com reforço diário do discurso da sustentabilidade, o conceito parece estar distante de práticas, ações, gestões, comportamentos, que levem equilibrio, harmonia, entre o que, como, e quanto se produz, na cadeia das atividades econômicas. Nesse contexto, como a Comunicação, o jornalismo, a publicidade, as redes sociais, as listas de discussões, os grupos virtuais, blogs, sites, entre outros, podem contribuir com informações, transversalizadas, contextualizadas historicosocialmente, para a construção de uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar, fazer, se comportar, agir, mudar, no que tem se mostrado, demandado, como necessário e urgente?
De um lado vemos que os avanços da Ciência no prolongamento da Vida humana estão desconectados com a mesma fragilidade que essa vida se mostra em ambientes criminosamente impactados por essa mesma ação humana. Esse paradoxo entre as descobertas científicas e a preservação da Vida, num planeta que ainda estamos a conhecer, parece desconsiderar o tempo como o grande protagonista da História, que é determinada por ele. O homem pode viver 100, 110 ou mais, ao mesmo tempo e no mesmo lugar, crianças que nascem, agora, não garantem o início da vida por falta de direitos simples, como poder dar o primeiro suspiro numa maternidade com as mínimas condições profiláticas para isso.
Estamos bombardeados de propagandas sobre produtos que causam obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer e um sem número de doenças, diretas ou indiretamente relacionadas ao que consumimos. E não temos proteção para atendimentos médico, psicológico ou jurídico, necessários, decorrentes de comportamento construídos por uma mídia que parece focar apenas na sedução para a compra, desconectada com os resultados gerados pelo comportamento que a mensagem produziu no espectador, leitor, internauta, ouvinte, dentro ou fora de casa.
A televisão, por exemplo, entrou no mercado, nas lares, com força e poder para ditar comportamentos desproporcionais ao poder aquisitivo dessas famílias que se sentam, absortas, em frente a telinha. Vemos agora esse poder sendo dividido, compartilhado, distribuído para as redes sociais, onde esse mesmo poder da mídia veio ainda com mais força, com velocidade ainda maior, para transpor o tempo, agora imediato, real. A mesma competência que esteia o discurso da mídia verde vazia deve ser buscada com a inteligência exigida pela urgência que estar a querer a Vida, harmoniosa e sem pressa, como dever e merecemos ser.
Essa mídia apressada em estimular o consumo pelo consumo vem empurrando a Vida para uma correria para comprar carro para ficar preso em engarrafamentos, nas rodovias e centros urbanos. Acordar cedo para trabalhar fora de casa para pagar uma babá que também deixou o filho em casa para ir trabalhar, alimentando cadeias de vida insustentáveis. Se formos analisar o ciclo perverso sobre o trabalho das mães babás dos filhos dos outros, por exemplo, o custo social desse comportamento pode ser exemplo de diversos outros ciclos de via crucis da vida.
E dever da Comunicação estar atenta as condições sociais para garantia da Vida? Se for e sabemos que é, então não podemos fazer de conta que não vemos empresas propagando-se sustentável, sem ser, pois ao usar trabalho escravo, impactar o ambiente e não ter compromisso em cuidar, preservar, garantir condições para futuras gerações, não é sustentável. E, como disse o colega Andre Trigueiro, nós jornalistas, temos obrigação em dizer e mostrar porque projetos ditos sustentáveis, não o são, de fato. Claro que isso dá trabalho, precisa de investigação, coragem, e uma dose de ética que o mercado publicitário, e mesmo jornalístico, não parece estar interessado, em sua maior parte. Ter jornalistas que façam essa diferença nas redações e agora, nos blogs e mídias sociais, parece ser o caminho para aqueles que querem e acreditam no fazer como compromisso de mudanças.
Apesar da visibilidade midiática e da evolução do conceito: desenvolvimento sustentável, a realidade cotidiana demonstra, nos faz ver, perceber, sentir, registrar, que ações, de fato, sustentáveis, são difíceis de comprovar diante de realidades diárias sobre a natureza humana e ambiental. Essas faces do ambiente estão degradadas, violentadas, exploradas, impactadas. A sustentabilidade tem sido ênfase dos discursos, peças publicitárias, propagandas, falas de governo, empresas e ONGs. De forma competente e criativa percebemos o apoderamento do termo para surfar na onda do marketing verde vazio.
Quando alguém, um governante, um empresário, um representante de um instituto, ONGs, associação, diz que faz um programa dessa ou daquela maneira e não o faz, de fato, como anuncia, qual deve ser o comportamento da mídia?. O corporativismo, com certeza, é outro elemento dificultador. O medo de perder emprego, contrariar interesses, mais forte ainda. O compromisso com os efeitos da informação não parece ser prioridade na agenda, nem mesmo nos compromisso da academia.
A Carta da Terra diz que “devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. E, que para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Nesse contexto, é imperativo reforçarmos o saber como instrumento de construção, impulsão, para qualquer modelo, jeito de viver, que reforce a condição humana como frágil, limitada, diante do poder da Natureza, cujas facetas, climáticas, por exemplo, a própria Ciência ainda ignora, desconhece?
E, como a vida continua pautada no consumo, seja de idéias, fazeres e experiências, necessário e sensato, parece ser, adotar políticas, práticas, comportamentos, que alimentem a construção de cadeias de suprimentos onde, fornecedores, distribuidores, varejistas e consumidor final, estejam em harmonia, em sintonia, com as adaptações que o planeta, o ambiente, rural ou urbano, estar a nos exigir, para a garantia da Vida, em suas diversas formas.
Liliana Peixinho* - Jornalista, ativista, Fundadora dos Movimentos AMA – Amigos do Meio Ambiente e RAMA – Rede de Articulação e Mobilização Ambiental. Especialização em Mídia e RSA. MBA em Turismo e Hotelaria. Posgraduanda em Jornalismo Científico e Tecnológico - UFBA. lilianapeixinho@gmail.com
sábado, 1 de outubro de 2011
PARADOXO ENTRE DISCURSO MIDIATIVO "SUSTENTAVEL" E A REALIDADE CAÓTICA FOCADA PELO JORNALISMO INVESTIGATIVO
Por: Liliana Peixinho*
lilianapeixinho@gmail.com
Apesar da visibilidade midiática e da evolução do conceito: desenvolvimento sustentável, a realidade cotidiana demonstra, nos faz ver, perceber, sentir, registrar, que ações, de fato, sustentáveis, são difíceis de comprovar diante realidades diárias sobre a natureza, humana e ambiental, com outras faces, degradadas, violentadas, exploradas. A sustentabilidade existe sim, com muita ênfase, nos discursos, peças publicitárias, propagandas, falas de governo, empresas e ONGs, que souberam, estão sabendo, de forma competente e criativa, se apoderar do termo para surfar na onda do marketing verde vazio. Se dizem que fazem e não estão fazendo, concordo com o colega Andre Trigueiro, “temos obrigação diante do nosso papel de jornalistas, mostrar porque”. É objetivo desse artigo despertar a atenção sobre a forma como a mídia propaga, de forma massiva, o mais “famoso” dos novos paradigmas: a sustentabilidade. Nossa pesquisa é reforçada sobre imagens flagradas por jornalistas, no cotidiano brasileiro, mostrando quão distante anda o discurso, generalizado, da prática, onde o caos na saúde, educação, transportes, moradia atinge forte, a quem mais o governo diz estar dando atenção: classes pobres e médias.
Até onde, como e quando empresas/governos/educadores/cidadãos, estão realmente preocupadas com a preservação da Vida, na Terra? De que maneira surge, ou não, uma consciência interna, pessoal/profissional, de que cada ato pode favorecer ou prejudicar a preservação de recursos naturais vitais, como a água, alimento e ar? Em que nível de informação/formação as pessoas estão para saber que um ato aqui e ali, uma ponta de cigarro a mais, ou a menos, no ambiente, faz diferença sim no processo de condução para preservar a Vida? Qual pode ser o grau de satisfação, ou insatisfação, de cada pessoa/empresa, ao praticar um ato ambiental correto ou degradador? Até quando irá prevalecer a prática do “se todo mundo joga, eu também jogo, sujo, não faz diferença”. E, porque seria necessário reverter essa lógica, perversa? O caos nas emergências dos hospitais, o número diário de mortos por doenças preveníveis; o número de famílias desabrigadas dos inchaços urbanos desordenados, e casas deslizadas em terras frágeis, a cada nova chuva; o número de faculdades surgidas a cada semestre x o número de desempregados/recém-formados, que indicadores desses ai poderia mostrar o Brasil que se diz “sustentável”.
Monocultura, Commodities e fome interna
Matriz de produção predatória é paradoxal ao discurso do uso de matriz sustentável
Apesar do apelo ideológico, e do reforço diário do discurso da sustentabilidade, o conceito anda longe de práticas, ações, gestões, comportamentos, que levem sustentabilidade, harmonia, equilíbrio, entre o que, como, e quanto, se produz, na cadeia das atividades econômicas. Nesse contexto, como a Comunicação - Jornalismo, Publicidade, Redes Sociais, Listas de discussões, Grupos virtuais, blogs, sites - pode contribuir com informações, transversalizadas, contextualizadas historicosocialmente, para mostrar por que uma simples ponta de cigarro aqui, uma garrafa pet ali, uma latinha acolá, um projeto a mais alardeando-se sustentável, sem ser, faz sim, e muita, diferença, na construção de uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar, fazer, se comportar, agir , mudar o que se mostra como necessário e urgente?
A Carta da Terra diz que “devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. E, que para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Nesse contexto, imperativo reforçarmos o saber como instrumento de construção, impulsão, para qualquer modelo, paradigma, jeito de viver, que reforce a condição humana como frágil, limitada, diante do poder da Natureza, onde tem facetas, climáticas, por exemplo, que a própria Ciência ainda ignora, desconhece? E, como a vida continua pautada no consumo, seja de idéias, fazeres e experiências, necessário e urgente se faz adotar políticas, práticas, que alimentem a cadeia de suprimentos, onde fornecedores, distribuidores, varejistas e consumidor final, estejam em harmonia, em sintonia, com as adaptações que o planeta, o ambiente, rural ou urbano, estar a nos exigir, para a garantia da Vida, em suas diversas formas.
Cotidiano mostra desespero de familiares com seus doentes, morrendo, do lado.
Fotos tiradas pela paciente Liliana Peixinho enquanto esteve internada por 2 dias na EMERGENCIA HRSantos -Cabula, Salvador, às 16.57 min de 12.09. 2011, depois de via crucis por diversas unidades públicas, antes da entrada no RS, onde saiu pior do que entrou. Veja cópias de fichas hospitalar, SAMU, Posto Pernambués e por ultimo HRSANTOS de onde saiu, sem alta, por total falta de tudo, inclusive espaço para entrar ou sair gente das ambulâncias. Deu receita porque não tinha remédios de emergência. Paciente falou que iria embora e saiu pior do que entrou. Ainda gastou o que não tinha, com ligações telefônicas e transporte, de volta para casa, no primeiro dia. E de novo, no dia seguinte, para o internamento.
Conteúdo das fichas médicas mostram o descaso de atendentes/enfermeiros/médicos/administração com o paciente/cidadão em emergência médica. Mesmo com a identidade em mãos o nome do paciente é escrito errado, no mesmo campo, em três dos sobrenomes.
Sistema, na prática, não acompanha discurso, marketeado !
No Brasil temos a sensação de que velocidade da máquina, do sistema, não acompanha as contrapartidas necessárias a um modelo de desenvolvimento que traduza, reflita, a garantia de direitos como condição para querer, fazer, acontecer, implantar. A impunidade favorece a letargia e mascara realidades fantasiadas pela propaganda de quem diz que faz, sem fazer, de fato. “ O banco mais sustentável do mundo”. Como um banco, instituição financeira que tem o lucro fácil, rápido e especulativo, como mola propulsora do seu negócio, pode se auto intitular, se auto promover, de auto designar, via propaganda, altamente criativa/sedutora, que é o banco mais sustentável do mundo?. Onde está a lógica dessa informação quando relacionada ao novo paradigma da sustentabilidade como modo de vida harmonioso? Será se o banco divulgaria índices de inadimplência de seus cliente, cheques sem fundos, empréstimos a longuissimos prazos, impagáveis para a maior parte dos brasileiros, pobres, com renda C e sem condição de tratar as doenças sociais geradas entre devedores de banco?
Temos uma falsa impressão sobre o que é alardeado como desenvolvimento quando estamos nas filas de ônibus, corredores dos hospitais, cadeias superlotadas de pobres, índices elevados de analfabetismo funcional, desperdício de alimentos x fome, num mesmo ambiente, estradas esburacadas, escuras, inseguras, em tráfego constante, com altos índices de mortes por atropelamentos, alcoolismo e um sistema de impunidade inaceitável para a tão alardeada Democracia. Como aceitar que se faça parte de uma nova classe média brasileira medida não pelo valor da felicidade, da cidadania, da civilidade, da inclusão, do grau de educação/informação, mas pelo nome/ano do carro, tipos de eletros que se tem em casa? Não pelo que o filho aprendeu na faculdade para melhorar a vida social, no papel que tenha escolhido, mas pelo quanto tempo ele terá que esperar, depois de formado, para entrar no mercado, para ser explorado? Como aceitar um crescimento que atropela, visivelmente, o desenvolvimento? Como entender o discurso político governamental/empresarial que mede o tipo de vida do seu povo, não pelo que ele mostra ter absorvido, entendido e aplicado, do conhecimento acessado/disponibilizado, mas pelo que parece estar a fazer de conta pertencer a um status inventado, criado em cima de valores frágeis, descartáveis, insustentáveis, perversos, criminosos mesmo, e pior, impune e forte, como que inabalável, mas visivelmente erosivo?
CADEIAS DE PRODUÇÃO SUJAS, INSUSTENTÁVEIS.
Caminhão de empresa joga dejetos no mangue, polui, mata milhares de toneladas de peixes e deixa comunidades doentes, sem trabalho e sem assistência médica e trabalho. O Movimento AMA conferiu in loco.
Como se orgulhar de um sistema social montado sob projetos fictícios, inoperantes, de fachadas, planejados por uma política marketeira agressiva e ávida por visibilidade, quando sabemos, comprovamos cotidianamente, como jornalistas investigativos, que as informações não são exatamente o que diz e até se mostra, editada? Porque divulgar, socializar informações cujas estruturas não dão as contrapartidas necessárias ao que se diz que está sendo feito?Informações que, sem a infra necessária ao funcionamento de uma engrenagem que possa planejar o passo a passo, com alicerces profundos no enfretamento de desafios a curto, médio e longo, prazos, comprometem a vida cotidiana presente e futura ? Como fortalecer o altruísmo, a proatividade social de ponta a ponta, na necessária harmonia com o viver bem, se direitos mínimos, como o acesso a boas informações, não chegam a quem precisa, para transformar?
O Brasil recebe criticas externas sobre a falta de infraestrutura em setores básicos da engrenagem econômica que estar a desenhar, projetar mundo afora. São áreas de base, como formação de m/ao de obra especializadas, saúde e saneamento básicos, transporte público de massa que alivie uma malha viária que só aumenta a quantidade de automóveis nas ruas, já inchadas, travadas, estressadas, inseguras. Problemas que estão interdependentes e que por isso precisam de visão estratégica de políticas transversalizadas de fato, não no discurso. Problemas que estão relacionados, intricados a outros, como Segurança, Trabalho, Moradia Educação com o real objetivo de aprendizagem como instrumento de transformação social. Na Habitação, as cidades incham as periferias sem estruturas míninas de saneamento, responsável por uma cadeia complexa para a garantia da saúde como sinônimo de Vida, com conforto, segurança e inteligência na hora de construir. No país das matrizes limpas, naturais, estamos ainda na contramão da história mundial, quando vemos países como Alemanha, França e Estados Unidos e outros, querendo acabar com suas usinas nucleares e nós, brasileiros, desperdiçando e acabando com matrizes limpas como água, vento, sol e tudo o que deles resultam para a produção de energias alternativas, alinhadas com o mercado verde, de baixo impacto de carbono.
Divulga-se, propaga-se em discursos um modelo de produção agrícola que valorize e potencialize a agricultura familiar. Na prática esse discurso é paradoxal à realidade quando vemos ações desvinculadas dos grandes créditos do agronegócio, da monocultura de commodities que exporta tudo de bom e esquece-se da população interna, a que produz e cuida das riquezas da nossa cultura. Nas comunidades tradicionais, onde povos como quilombolas e indígenas cuidam da terra, eles plantam e colhem mandioca, por exemplo, mas vendem tudo o que de bom produzem dela e acabam comprando, sendo engolidos mesmo, pela cultura externa do consumo de salgadinhos cheios de corantes e produtos químicos, nocivos à saúde, quando poderiam estar comendo bolos, beijus, biscoitos, mingaus, cuscuz e mais de cem tipos de iguarias feitas a partir dessa rica e diversa planta/raiz chamada mandioca. São paradoxos assim que com certeza travam o desenvolvimento, em nome de um falso e aparente crescimento.
DESCASO COM A MEGA BIODIVERSIDADE - FOCO ÁGUA
Degradação de praias, matas, mangues, rios e mares em áreas de atuação da Petrobrás, uma das maiores empresas anunciantes do mundo. Insustentação que a publicidade não mostra.
A falta de investimentos, associada a uma cultura de desperdício, mau uso, corrupção, desvios e diversos outros desmandos administrativos, mostram cenários entravados na infraestrutura. Temos por exemplo, os cinco modais: rodoviário, aeroportuário, aquaviário, portuário e dutoviário, com problemas onde uma ponta dessa não engrenagem pode ser percebida com o número de acidentes provocados em todo o Brasil por falta de manutenção e segurança nas estradas, congestionadas de carros, carretas, caminhões, noite e dia, de norte a sul do Brasil. Problemas que afetam a mobilidade urbana e rural e toda uma dinâmica associada para cumprir prazos de entrega de mercadorias, combate ao desperdício, diminuição de gargalos logísticos que impedem o desenvolvimento sustentável no Brasil. Há problemas constantes no aeroportos, faltam linhas aéreas, contêineres, frequência de navios na navegação de cabotagem, vagões ferroviários, terminais marítimos, hidroviários e ferroviários, e conhecimento logístico, com gastos nos deslocamentos da produção, desperdício e perdas por danos e avarias nos transportes, além de dificuldades no uso da intermodalidade e da multimodalidade. A malha ferroviária existente ainda do século passado, com locomotivas de 25 anos a 25 km/hora, sofre das falhas no processo da privatização. Grandes obras ferroviárias estão com atrasos históricos nos cronogramas, inviabilizando sistemas mais eficientes, seguros e de baixo custo. Com os problemas de transportes existentes, o Brasil acaba desperdiçando bilhões de reais, são acidentes nas estradas em pontos conhecidos, roubos de carga, ineficiências operacionais e energéticas. Problemas de atraso de investimentos nas obras do Metrô e VLT- Veículos Leves sobre Trilhos, intensificam um modelo perverso de mobilidade ou falta dela, nos centros urbanos congestionados, parados, estressados, violentos, gerados pela dificuldade de deslocamento das pessoas. Transporte coletivo urbano de massa, com segurança e qualidade, não foi prioridade nesse modelo econômico. O acesso o sonho de ter um carro, até antes de uma casa, transformou o veiculo no grande vilão urbano, poluidor do ar, arma de matar gente e um dos principais problemas para de saúde pública, através dos altos índices de acidentes.
Transporte de massa caótico, desumano, insustentável
O impacto desse sistema é perverso, criminoso, antigo e não inteligente, quando não acompanha o desenvolvimento de um parque tecnológico à disposição no mercado que enfrenta a resistência de empresários que ainda calculam mal a relação entre custos e benefícios, com visão de longo prazo e alcance social. Práticas que deveriam ser substituídas para a construção de uma Economia Circular, de matrizes limpas, harmoniosas entre o lucro, bem estar, justiça, cidadania, inclusão. Apesar de diversos diagnósticos negativos sobre os problemas gerados pela falta de investimentos e eficiência na aplicação de recursos para a infraestrutura, o Brasil ainda não investe e muito menos, fiscaliza, o que é investido para o funcionamento de cadeias produtivas. No passado, a origem foi a crise fiscal e baixo crescimento da economia. Qual a justificativa hoje? Pra que melhor resposta a eleitores não exigentes do que as propagandas, volumosas, que governo e empresas veiculam, todos os dias, o dia todo, nas diversas, rápidas e caras, mídias ávidas por contas, em suas agencias ?
Transporte de cargas ineficiente, sucateado.
Perdas, sucateamento, demora no escoamento da produção coloca o Brasil como o país que mais desperdiça, no mundo. Desconexão entre o que e como trabalha para sustentar seu povo, trabalhador.
Nesse cenário é paradoxal informações sobre diminuição de pobreza, ascensão da classe C ao mercado de consumo, crescimento da renda, expansão de fronteiras econômicas através de commodities, onde o Brasil exporta matéria prima que depois é reintroduzida no mercado interno através da massiva comercialização de produtos chineses, onde a qualidade é duvidosa e tem matriz de produção com histórico de exploração de mão de obra e impacto socioambiental, com gargalos logísticos complicados. È esse modelo, que exporta commodies como soja, aço, petróleo, e importa “lixo em forma de plástico, comidas artificiais, e milhares de produtos, inúteis, da chamada cultura do 1,99? Seria sustentável, em que, essa prática de economia que leva o melhor, e barato, e compra o pior, e caro? Onde está o “sustentável”, tão propalado?
Como continuar um modelo onde a dignidade humana é jogada fora, todos os dias, quando não há planejamento para as gerações. Moradia é só um, dos direitos básicos. desrespeitados.
A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 aparecem, agora, como grandes marcos históricos para a mudança dessa política em infraestrutura. O cenário de mal uso, corrupção, favorecimentos, e mesmo falta de planejamento e até, exploração de mão de obra e falta de garantia de direitos mínimos para trabalhadores em greve, como os das obras do novo Maracanã, no Rio de Janeiro, sinalizam que problemas históricos ainda estão longe de soluções civilizadas. Especialistas reforçam a tese de que mesmo na ausência desses dois grandes eventos, o Brasil precisaria investir bilhões de reais apenas para atender ao atual ritmo de crescimento da economia e dos investimentos.
Como sétima economia mundial e entre os 20 maiores exportadores mundiais o Brasil parece não olhar para dentro, para o seu povo, para problemas que não combinam com esse perfil falsamente alardeado lá fora. As dificuldades encontradas para o desenvolvimento sustentável estão relacionadas, travadas, a modelos de crescimento à qualquer custo, com entraves internos que se repetem, sem solução, burocracia excessiva, tecnologias de alto carbono, educação de faz de conta, má formação de mão de obra, carencia de técnicos, engenheiros, médicos professores e outros profissionais capazes de criar inovação e agregar valores a produtos e serviços na formação de cadeias produtivas harmoniosas, limpas, sustentáveis, de fato.
Desde os anos 90, inicio do ECA, que o Brasil intensificou as alianças com instituições internacionais para combate ao trabalho escravo e a realidade não muda, até piora em alguns lugares do norte/nordeste. Como são gastos os volumosos recursos? Porque as crianças continuam trabalhando? O nó social, desestruturação familiar, continua fora da pauta da sustentabilidade?
lilianapeixinho@gmail.com
Apesar da visibilidade midiática e da evolução do conceito: desenvolvimento sustentável, a realidade cotidiana demonstra, nos faz ver, perceber, sentir, registrar, que ações, de fato, sustentáveis, são difíceis de comprovar diante realidades diárias sobre a natureza, humana e ambiental, com outras faces, degradadas, violentadas, exploradas. A sustentabilidade existe sim, com muita ênfase, nos discursos, peças publicitárias, propagandas, falas de governo, empresas e ONGs, que souberam, estão sabendo, de forma competente e criativa, se apoderar do termo para surfar na onda do marketing verde vazio. Se dizem que fazem e não estão fazendo, concordo com o colega Andre Trigueiro, “temos obrigação diante do nosso papel de jornalistas, mostrar porque”. É objetivo desse artigo despertar a atenção sobre a forma como a mídia propaga, de forma massiva, o mais “famoso” dos novos paradigmas: a sustentabilidade. Nossa pesquisa é reforçada sobre imagens flagradas por jornalistas, no cotidiano brasileiro, mostrando quão distante anda o discurso, generalizado, da prática, onde o caos na saúde, educação, transportes, moradia atinge forte, a quem mais o governo diz estar dando atenção: classes pobres e médias.
Até onde, como e quando empresas/governos/educadores/cidadãos, estão realmente preocupadas com a preservação da Vida, na Terra? De que maneira surge, ou não, uma consciência interna, pessoal/profissional, de que cada ato pode favorecer ou prejudicar a preservação de recursos naturais vitais, como a água, alimento e ar? Em que nível de informação/formação as pessoas estão para saber que um ato aqui e ali, uma ponta de cigarro a mais, ou a menos, no ambiente, faz diferença sim no processo de condução para preservar a Vida? Qual pode ser o grau de satisfação, ou insatisfação, de cada pessoa/empresa, ao praticar um ato ambiental correto ou degradador? Até quando irá prevalecer a prática do “se todo mundo joga, eu também jogo, sujo, não faz diferença”. E, porque seria necessário reverter essa lógica, perversa? O caos nas emergências dos hospitais, o número diário de mortos por doenças preveníveis; o número de famílias desabrigadas dos inchaços urbanos desordenados, e casas deslizadas em terras frágeis, a cada nova chuva; o número de faculdades surgidas a cada semestre x o número de desempregados/recém-formados, que indicadores desses ai poderia mostrar o Brasil que se diz “sustentável”.
Monocultura, Commodities e fome interna
Matriz de produção predatória é paradoxal ao discurso do uso de matriz sustentável
Apesar do apelo ideológico, e do reforço diário do discurso da sustentabilidade, o conceito anda longe de práticas, ações, gestões, comportamentos, que levem sustentabilidade, harmonia, equilíbrio, entre o que, como, e quanto, se produz, na cadeia das atividades econômicas. Nesse contexto, como a Comunicação - Jornalismo, Publicidade, Redes Sociais, Listas de discussões, Grupos virtuais, blogs, sites - pode contribuir com informações, transversalizadas, contextualizadas historicosocialmente, para mostrar por que uma simples ponta de cigarro aqui, uma garrafa pet ali, uma latinha acolá, um projeto a mais alardeando-se sustentável, sem ser, faz sim, e muita, diferença, na construção de uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar, fazer, se comportar, agir , mudar o que se mostra como necessário e urgente?
A Carta da Terra diz que “devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz. E, que para chegar a esse propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Nesse contexto, imperativo reforçarmos o saber como instrumento de construção, impulsão, para qualquer modelo, paradigma, jeito de viver, que reforce a condição humana como frágil, limitada, diante do poder da Natureza, onde tem facetas, climáticas, por exemplo, que a própria Ciência ainda ignora, desconhece? E, como a vida continua pautada no consumo, seja de idéias, fazeres e experiências, necessário e urgente se faz adotar políticas, práticas, que alimentem a cadeia de suprimentos, onde fornecedores, distribuidores, varejistas e consumidor final, estejam em harmonia, em sintonia, com as adaptações que o planeta, o ambiente, rural ou urbano, estar a nos exigir, para a garantia da Vida, em suas diversas formas.
Cotidiano mostra desespero de familiares com seus doentes, morrendo, do lado.
Fotos tiradas pela paciente Liliana Peixinho enquanto esteve internada por 2 dias na EMERGENCIA HRSantos -Cabula, Salvador, às 16.57 min de 12.09. 2011, depois de via crucis por diversas unidades públicas, antes da entrada no RS, onde saiu pior do que entrou. Veja cópias de fichas hospitalar, SAMU, Posto Pernambués e por ultimo HRSANTOS de onde saiu, sem alta, por total falta de tudo, inclusive espaço para entrar ou sair gente das ambulâncias. Deu receita porque não tinha remédios de emergência. Paciente falou que iria embora e saiu pior do que entrou. Ainda gastou o que não tinha, com ligações telefônicas e transporte, de volta para casa, no primeiro dia. E de novo, no dia seguinte, para o internamento.
Conteúdo das fichas médicas mostram o descaso de atendentes/enfermeiros/médicos/administração com o paciente/cidadão em emergência médica. Mesmo com a identidade em mãos o nome do paciente é escrito errado, no mesmo campo, em três dos sobrenomes.
Sistema, na prática, não acompanha discurso, marketeado !
No Brasil temos a sensação de que velocidade da máquina, do sistema, não acompanha as contrapartidas necessárias a um modelo de desenvolvimento que traduza, reflita, a garantia de direitos como condição para querer, fazer, acontecer, implantar. A impunidade favorece a letargia e mascara realidades fantasiadas pela propaganda de quem diz que faz, sem fazer, de fato. “ O banco mais sustentável do mundo”. Como um banco, instituição financeira que tem o lucro fácil, rápido e especulativo, como mola propulsora do seu negócio, pode se auto intitular, se auto promover, de auto designar, via propaganda, altamente criativa/sedutora, que é o banco mais sustentável do mundo?. Onde está a lógica dessa informação quando relacionada ao novo paradigma da sustentabilidade como modo de vida harmonioso? Será se o banco divulgaria índices de inadimplência de seus cliente, cheques sem fundos, empréstimos a longuissimos prazos, impagáveis para a maior parte dos brasileiros, pobres, com renda C e sem condição de tratar as doenças sociais geradas entre devedores de banco?
Temos uma falsa impressão sobre o que é alardeado como desenvolvimento quando estamos nas filas de ônibus, corredores dos hospitais, cadeias superlotadas de pobres, índices elevados de analfabetismo funcional, desperdício de alimentos x fome, num mesmo ambiente, estradas esburacadas, escuras, inseguras, em tráfego constante, com altos índices de mortes por atropelamentos, alcoolismo e um sistema de impunidade inaceitável para a tão alardeada Democracia. Como aceitar que se faça parte de uma nova classe média brasileira medida não pelo valor da felicidade, da cidadania, da civilidade, da inclusão, do grau de educação/informação, mas pelo nome/ano do carro, tipos de eletros que se tem em casa? Não pelo que o filho aprendeu na faculdade para melhorar a vida social, no papel que tenha escolhido, mas pelo quanto tempo ele terá que esperar, depois de formado, para entrar no mercado, para ser explorado? Como aceitar um crescimento que atropela, visivelmente, o desenvolvimento? Como entender o discurso político governamental/empresarial que mede o tipo de vida do seu povo, não pelo que ele mostra ter absorvido, entendido e aplicado, do conhecimento acessado/disponibilizado, mas pelo que parece estar a fazer de conta pertencer a um status inventado, criado em cima de valores frágeis, descartáveis, insustentáveis, perversos, criminosos mesmo, e pior, impune e forte, como que inabalável, mas visivelmente erosivo?
CADEIAS DE PRODUÇÃO SUJAS, INSUSTENTÁVEIS.
Caminhão de empresa joga dejetos no mangue, polui, mata milhares de toneladas de peixes e deixa comunidades doentes, sem trabalho e sem assistência médica e trabalho. O Movimento AMA conferiu in loco.
Como se orgulhar de um sistema social montado sob projetos fictícios, inoperantes, de fachadas, planejados por uma política marketeira agressiva e ávida por visibilidade, quando sabemos, comprovamos cotidianamente, como jornalistas investigativos, que as informações não são exatamente o que diz e até se mostra, editada? Porque divulgar, socializar informações cujas estruturas não dão as contrapartidas necessárias ao que se diz que está sendo feito?Informações que, sem a infra necessária ao funcionamento de uma engrenagem que possa planejar o passo a passo, com alicerces profundos no enfretamento de desafios a curto, médio e longo, prazos, comprometem a vida cotidiana presente e futura ? Como fortalecer o altruísmo, a proatividade social de ponta a ponta, na necessária harmonia com o viver bem, se direitos mínimos, como o acesso a boas informações, não chegam a quem precisa, para transformar?
O Brasil recebe criticas externas sobre a falta de infraestrutura em setores básicos da engrenagem econômica que estar a desenhar, projetar mundo afora. São áreas de base, como formação de m/ao de obra especializadas, saúde e saneamento básicos, transporte público de massa que alivie uma malha viária que só aumenta a quantidade de automóveis nas ruas, já inchadas, travadas, estressadas, inseguras. Problemas que estão interdependentes e que por isso precisam de visão estratégica de políticas transversalizadas de fato, não no discurso. Problemas que estão relacionados, intricados a outros, como Segurança, Trabalho, Moradia Educação com o real objetivo de aprendizagem como instrumento de transformação social. Na Habitação, as cidades incham as periferias sem estruturas míninas de saneamento, responsável por uma cadeia complexa para a garantia da saúde como sinônimo de Vida, com conforto, segurança e inteligência na hora de construir. No país das matrizes limpas, naturais, estamos ainda na contramão da história mundial, quando vemos países como Alemanha, França e Estados Unidos e outros, querendo acabar com suas usinas nucleares e nós, brasileiros, desperdiçando e acabando com matrizes limpas como água, vento, sol e tudo o que deles resultam para a produção de energias alternativas, alinhadas com o mercado verde, de baixo impacto de carbono.
Divulga-se, propaga-se em discursos um modelo de produção agrícola que valorize e potencialize a agricultura familiar. Na prática esse discurso é paradoxal à realidade quando vemos ações desvinculadas dos grandes créditos do agronegócio, da monocultura de commodities que exporta tudo de bom e esquece-se da população interna, a que produz e cuida das riquezas da nossa cultura. Nas comunidades tradicionais, onde povos como quilombolas e indígenas cuidam da terra, eles plantam e colhem mandioca, por exemplo, mas vendem tudo o que de bom produzem dela e acabam comprando, sendo engolidos mesmo, pela cultura externa do consumo de salgadinhos cheios de corantes e produtos químicos, nocivos à saúde, quando poderiam estar comendo bolos, beijus, biscoitos, mingaus, cuscuz e mais de cem tipos de iguarias feitas a partir dessa rica e diversa planta/raiz chamada mandioca. São paradoxos assim que com certeza travam o desenvolvimento, em nome de um falso e aparente crescimento.
DESCASO COM A MEGA BIODIVERSIDADE - FOCO ÁGUA
Degradação de praias, matas, mangues, rios e mares em áreas de atuação da Petrobrás, uma das maiores empresas anunciantes do mundo. Insustentação que a publicidade não mostra.
A falta de investimentos, associada a uma cultura de desperdício, mau uso, corrupção, desvios e diversos outros desmandos administrativos, mostram cenários entravados na infraestrutura. Temos por exemplo, os cinco modais: rodoviário, aeroportuário, aquaviário, portuário e dutoviário, com problemas onde uma ponta dessa não engrenagem pode ser percebida com o número de acidentes provocados em todo o Brasil por falta de manutenção e segurança nas estradas, congestionadas de carros, carretas, caminhões, noite e dia, de norte a sul do Brasil. Problemas que afetam a mobilidade urbana e rural e toda uma dinâmica associada para cumprir prazos de entrega de mercadorias, combate ao desperdício, diminuição de gargalos logísticos que impedem o desenvolvimento sustentável no Brasil. Há problemas constantes no aeroportos, faltam linhas aéreas, contêineres, frequência de navios na navegação de cabotagem, vagões ferroviários, terminais marítimos, hidroviários e ferroviários, e conhecimento logístico, com gastos nos deslocamentos da produção, desperdício e perdas por danos e avarias nos transportes, além de dificuldades no uso da intermodalidade e da multimodalidade. A malha ferroviária existente ainda do século passado, com locomotivas de 25 anos a 25 km/hora, sofre das falhas no processo da privatização. Grandes obras ferroviárias estão com atrasos históricos nos cronogramas, inviabilizando sistemas mais eficientes, seguros e de baixo custo. Com os problemas de transportes existentes, o Brasil acaba desperdiçando bilhões de reais, são acidentes nas estradas em pontos conhecidos, roubos de carga, ineficiências operacionais e energéticas. Problemas de atraso de investimentos nas obras do Metrô e VLT- Veículos Leves sobre Trilhos, intensificam um modelo perverso de mobilidade ou falta dela, nos centros urbanos congestionados, parados, estressados, violentos, gerados pela dificuldade de deslocamento das pessoas. Transporte coletivo urbano de massa, com segurança e qualidade, não foi prioridade nesse modelo econômico. O acesso o sonho de ter um carro, até antes de uma casa, transformou o veiculo no grande vilão urbano, poluidor do ar, arma de matar gente e um dos principais problemas para de saúde pública, através dos altos índices de acidentes.
Transporte de massa caótico, desumano, insustentável
O impacto desse sistema é perverso, criminoso, antigo e não inteligente, quando não acompanha o desenvolvimento de um parque tecnológico à disposição no mercado que enfrenta a resistência de empresários que ainda calculam mal a relação entre custos e benefícios, com visão de longo prazo e alcance social. Práticas que deveriam ser substituídas para a construção de uma Economia Circular, de matrizes limpas, harmoniosas entre o lucro, bem estar, justiça, cidadania, inclusão. Apesar de diversos diagnósticos negativos sobre os problemas gerados pela falta de investimentos e eficiência na aplicação de recursos para a infraestrutura, o Brasil ainda não investe e muito menos, fiscaliza, o que é investido para o funcionamento de cadeias produtivas. No passado, a origem foi a crise fiscal e baixo crescimento da economia. Qual a justificativa hoje? Pra que melhor resposta a eleitores não exigentes do que as propagandas, volumosas, que governo e empresas veiculam, todos os dias, o dia todo, nas diversas, rápidas e caras, mídias ávidas por contas, em suas agencias ?
Transporte de cargas ineficiente, sucateado.
Perdas, sucateamento, demora no escoamento da produção coloca o Brasil como o país que mais desperdiça, no mundo. Desconexão entre o que e como trabalha para sustentar seu povo, trabalhador.
Nesse cenário é paradoxal informações sobre diminuição de pobreza, ascensão da classe C ao mercado de consumo, crescimento da renda, expansão de fronteiras econômicas através de commodities, onde o Brasil exporta matéria prima que depois é reintroduzida no mercado interno através da massiva comercialização de produtos chineses, onde a qualidade é duvidosa e tem matriz de produção com histórico de exploração de mão de obra e impacto socioambiental, com gargalos logísticos complicados. È esse modelo, que exporta commodies como soja, aço, petróleo, e importa “lixo em forma de plástico, comidas artificiais, e milhares de produtos, inúteis, da chamada cultura do 1,99? Seria sustentável, em que, essa prática de economia que leva o melhor, e barato, e compra o pior, e caro? Onde está o “sustentável”, tão propalado?
Como continuar um modelo onde a dignidade humana é jogada fora, todos os dias, quando não há planejamento para as gerações. Moradia é só um, dos direitos básicos. desrespeitados.
A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 aparecem, agora, como grandes marcos históricos para a mudança dessa política em infraestrutura. O cenário de mal uso, corrupção, favorecimentos, e mesmo falta de planejamento e até, exploração de mão de obra e falta de garantia de direitos mínimos para trabalhadores em greve, como os das obras do novo Maracanã, no Rio de Janeiro, sinalizam que problemas históricos ainda estão longe de soluções civilizadas. Especialistas reforçam a tese de que mesmo na ausência desses dois grandes eventos, o Brasil precisaria investir bilhões de reais apenas para atender ao atual ritmo de crescimento da economia e dos investimentos.
Como sétima economia mundial e entre os 20 maiores exportadores mundiais o Brasil parece não olhar para dentro, para o seu povo, para problemas que não combinam com esse perfil falsamente alardeado lá fora. As dificuldades encontradas para o desenvolvimento sustentável estão relacionadas, travadas, a modelos de crescimento à qualquer custo, com entraves internos que se repetem, sem solução, burocracia excessiva, tecnologias de alto carbono, educação de faz de conta, má formação de mão de obra, carencia de técnicos, engenheiros, médicos professores e outros profissionais capazes de criar inovação e agregar valores a produtos e serviços na formação de cadeias produtivas harmoniosas, limpas, sustentáveis, de fato.
Desde os anos 90, inicio do ECA, que o Brasil intensificou as alianças com instituições internacionais para combate ao trabalho escravo e a realidade não muda, até piora em alguns lugares do norte/nordeste. Como são gastos os volumosos recursos? Porque as crianças continuam trabalhando? O nó social, desestruturação familiar, continua fora da pauta da sustentabilidade?
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Desafios do Jornalismo ambiental em pauta no Rio de Janeiro
lilianapeixinho@gmail.com
No período de 17 a 19 de novembro o Brasil será palco de grandes encontros sobre Jornalismo ambiental durante o IV Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Em foco, o aprofundamento do debate com os novos desafios da mídia frente à Sustentabilidade. O evento deverá reunir cerca de 1200 profissionais membros da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental; Jornalistas e profissionais de comunicação ligados à cobertura de temas ambientais e de sustentabilidade; Profissionais de comunicação de empresas que tem a sustentabilidade como foco operacional; Assessores de imprensa de empresas, ONGs e organismos de governo ligados a questões sociais, ambientais e de sustentabilidade; além de estudantes pesquisadores em comunicação socioambiental.
O que é o IV CBJA
A 4ª edição do CBJA - Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental acontecerá entre os dias 17,18 e 19 de novembro, na Pontifícia Universidade Católica, no Rio de Janeiro-RJ, e terá ênfase na cobertura da conferência Rio + 20. O evento, antes programado para 2012, foi antecipado pela comissão organizadora para estimular o debate e os preparativos para a conferência internacional, marco histórico da pauta mundial sobre Meio Ambiente. Palestras, oficinas, mini-cursos, exposições, lançamentos de livros e mostras cientificas com grandes nomes da pesquisa em Comunicação Ambiental do Brasil. Compõem a grade de programação painéis temáticos como: impactos das mudanças climáticas, uso de redes sociais no jornalismo, espiritualidade, Economia Verde, envolvendo o papel da mídia na construção do novo paradigma mundial de mudança de comportamento frente aos desafios para a garantia da Vida.
Segundo a coordenação o objetivo do CBJA, é colaborar para a formação continuada dos profissionais de comunicação ambiental e fortalecer a Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental e suas parcerias. Pela primeira vez as inscrições para o IV CBJA serão gratuitas e o acesso é pelo site www.jornalismoambiental.org.br/
Eventos Paralelos
Durante o Congresso serão realizados outros eventos, em paralelo, como o Encontro da RedCalc – Red Latino-Americana de Periodismo Ambiental, que reúne jornalistas que atuam com pautas ambientais e de sustentabilidade em toda a América Latina; o I Encontro Nacional de Pesquisadores em Comunicação Ambiental; I Encontro Nacional da REBIA (Rede Brasileira de Informação Ambiental). O CBJA também conta com uma mostra científica, que reúne grandes nomes da pesquisa em Comunicação Ambiental do Brasil.
Contextualização histórica
Há 20 anos o Brasil sediou a Rio 92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92 ou Eco 92 . Desde então, entrou em pauta um ciclo de conferências das Nações Unidas para discussão de problemas que afetam a a Vida, na humanidade. Desses eventos surgiram as Convenções sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Desertificação, Agenda 21, Carta da Terra, Declaração sobre Florestas, Declaração de Durban e inúmeros outros documentos, acordos, convenções, códigos ainda não em prática efetiva para o enfretamento da reversão de problemas sérios como fome, miséria, injustiça social e degradação ambiental. Eventos que frustrou esperanças e indignou gente séria, atentas aos processos e formas de utilização de recursos, de toda ordem, para a preservação/adaptação da Vida, em agonia nesse planetinha de constantes mudanças.
Sete bilhões com fome
Informações divulgadas pelas redes ambientais mostram que sete bilhões de seres humanos vivem hoje as seqüelas da maior crise capitalista desde a de 1929. Um cenário com desigualdade social, pobreza extrema, fome em mais de bilhão de pessoas e o paradoxo do desperdício de alimentos, da falta de cuidado com a grande matriz natureza sendo devorada por um modelo capital em cheque junto às mentes inteligentes e altruístas mundo afora. Temos ainda, em pleno século XXI, guerras e situações de violência endêmica, racismo, xenofobia. A proposta de Cadeias Produtivas Sustentáveis de ponta a ponta é uma utopia diante de um sistema de produção e consumo as grandes corporações, mercados financeiros e os governos, que asseguram a sua manutenção, produz e aprofunda a decadência da Vida diante da perda de biodiversidade, escassez de água potável, aumento da desertificação dos solos e acidificação dos mares, a derrubada das florestas, o aumento da violência, do desemprego, do caos nos grandes centros urbanos.
Nessa crise civilizatória, inédita, governos, instituições internacionais, corporações e com certeza o até o Terceiro Setor, estão em cheque com o modelo de economia, governança e valores considerados ultrapassados, paralisantes, perversos e até criminosos. A economia, conduzida num mercado financeiro global, apoiada no lucro fácil, rápido, especulativo, deixa suas marcas no trabalho escravo à moda moderna; na queima dos combustíveis fósseis, na degradação dos ecossistemas, no desenvolvimento igualado ao crescimento, na produção pela produção e outras práticas distante do tão propalado discurso Sustentável.
Adaptação da Vida
Esse olhar transversalizado sobre as necessidades de adaptação da Vida na Terra alimenta a oportunidade do que os ambientalistas chamam de “reinventar o mundo”, apontando saídas para o perigoso caminho que estamos trilhando. Educadores da rede brasileira tomaram a seguinte posição: “a ação dos atores hegemônicos do sistema internacional e mediocridade dos acordos internacionais negociados nos últimos anos, suas falsas soluções e a negligência de princípios já acordados na Rio92, entendemos que se não devemos deixar de buscar influenciar sua atuação, tampouco devemos ter ilusões que isso possa relançar um ciclo virtuoso de negociações e compromissos significantes para enfrentar os graves problemas com que se defronta a humanidade e a vida no planeta.”.
Entendem que a agenda necessária para uma governança global democrática pressupõe um fim da condição atual de captura corporativa dos espaços multilaterais. Reforçam a idéia de mobilização social onde a mudança somente virá da ação dos mais variados atores sociais: diferentes redes e organizações não governamentais e movimentos sociais de distintas áreas de atuação, incluindo ambientalistas, trabalhadores/as rurais e urbanos, mulheres, juventude, movimentos populares, povos originários, etnias discriminadas, empreendedores da economia solidária. Garantir condições materiais e tecnológicas para que novas formas de produção, consumo e organização política sejam estabelecidas, potencializando a atuação coletiva.
Para movimentos ambientais brasileiros como REBEA, AMA, RAMA, REBIA, RBJA, e outros coletivos, a Rio +20 poderá ser um importante ponto na trajetória das lutas globais por justiça social e ambiental construídas antes e depois da Rio-92, como Seattle, FSM, Cochabamba, COP 17, G20. Oportunidade que precisa ser potencializada como espaço democrático para gerar forças e resistência na defesa da Vida.
Preparação para a Rio + 20
A Conferencia Mundial chamada de Rio + 20, será realizada em junho de 2012, como evento autônomo e plural, provisoriamente denominado Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD). A Bahia levará ao evento propostas para ações cotidianas através das campanhas dos Movimentos AMA – Amigos do Meio Ambiente e da RAMA- Rede de Mobilização em Comunicação Ambiental através da Agenda Ambiental Doméstica, com ações proativas para Consumo Consciente, Adoção da Cultura dos 7 Rs - Racionalizar, Reduzir, Repensar, Recriar, Reaproveitar, Repartir, Revolucionar e Desperdício Zero = Lixo Zero = Saúde 10. Ações com agregação em aproveitamento integral de alimentos/segurança alimentar, cultura de prevenção e cuidado com a Vida e construção de cadeias produtivas sustentáveis de ponta a ponta, para comércio justo, inclusão social e bem viver em harmonia com a grande matriz Natureza.
Carbono Zero
IV CBJA será carbono negativo, ou seja, serão plantadas mais árvores que o necessário para a neutralização das emissões de carbono do evento, que também adotará práticas ecoeficientes e produtos reciclados. A proposta é que o IV CBJA seja um exemplo do que os jornalistas ambientais esperam ver na sociedade. A Realização é da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, com organização da REBIA e Envolverde. Tem o apoio institucional da PUC Rio e NIMA; operação da Pega Eventos e patrocínio master o Fundo Vale e Petrobrás e outros como Itaú Unibanco e Fundação Banco do Brasil. A curadoria é dos jornalistas Dal Marcondes, com a Envolverde e RBJA e Vilmar Berna, com a REBIA e a RBJA.
PROGRAMAÇÃO:
PAINEL 1
Os desafios da cobertura da Rio+20
• Luiz Figueiredo – embaixador, diretor de meio ambiente do Itamaraty (A confirmar)
• Ladislau Dowbor – economista e professor da PUC SP (confirmado)
• Aron Belinky – Vitae Civilis e Ecopress (A Confirmado)
• Sérgio Besserman (A confirmar)
Moderação
Dal Marcondes – jornalista e diretor de redação da Envolverde
PAINEL2
Redes Sociais e Sustentabilidade
• Alan Dubner (Confirmado)
• Ismar Soares – Prof. Educomunicação USP (A confirmar)
• Luis Nassif (A confirmar)
• Luiz Antônio Prado (colunista da REBIA -A confirmar)
Moderação
Henrique Camargo – Mercado Ético (A confirmar)
PAINEL3
Jornalismo em Tempo de Economia Verde
• Amélia Gonzalez – editora do caderno Razão Social – O Globo (A confirmar)
• Sonia Araripe – editora revista Plurale (A Confirmar)
• Ricardo Voltolini – Editor revista Ideia Sustentável (A confirmar)
• Ricardo Arnt - Revista Planeta (A confirmar)
Moderação
• Ricardo Young – ex-presidente do Instituto Ethos (A Confirmar)
PAINEL4
O jornalismo científico e o diálogo imprensa/academia
• Ulisses Capozolli – Editor da Scientific America Brasil (A confirmar)
• Eduardo Geraque (A confirmar)
• Wilson da Costa Bueno (Confirmado)
• Renato Janine
ñ Moderação
Ilza Girardi (Confirmada)
PAINEL5
As novas pautas da sustentabilidade
• Andrea de Lima – ex-gerente de comunicação do instituto Ethos (A confirmar)
• Sonia Favaretto – diretora de comunicação da BM&F Bovespa (A Confirmar)
• Celso Marcondes – diretor da revista Carta Capital (A Confirmar)
ñ Moderação
Reinaldo Canto – ex-diretor de comunicação do Greenpeace (Confirmado)
PAINEL6
Sustentabilidade no Rádio e na TV
• Maria Zulmira – Repórter e produtora de TV (A confirmar)
• Paulina Chamorro – Gerente de Meio Ambiente da Rádio Eldorado (A confirmar)
• Sergio Abranches (A confirmar)
ñ Moderação
João Batista Santafé (A confirmar)
PAINEL7
Redes Sociais e Sustentabilidade
• Alan Dubner (Confirmado)
• Ismar Soares – Prof. Educomunicação USP (A confirmar)
• Luis Nassif (A confirmar)
• Luiz Antônio Prado (colunista da REBIA -A confirmar)
Moderação
Henrique Camargo – Mercado Ético (A confirmar)
PAINEL7
Cidades Sustentáveis
• Andrea Young – Unicamp / INPE (A confirmar)
• Luanda Nero – jornalista do Movimento Nossa São Paulo (A confirmar)
• Rafael Greca ( A confirmar)
Moderação
André Trigueiro (Confirmado)
Liliana Peixinho * - Jornalista, ativista socioambiental, aluna do Curso de Jornalismo Científico e Tecnológico da UFBa, autora do projeto para mestrado “ Transversalidade da Informação como instrumento de construção da Comunicação Sustentável”. Fundadora dos Movimentos Livres AMA/RAMA- Rede de Mobilização e Comunicação Ambiental
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Venha reinventar o mundo na Rio +20!
Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental
Venha reinventar o mundo na Rio +20!
O Movimento AMA/RAMA integrante da rede REBEA, articulador do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, vem a público socializar informações postadas na REBEA, manifestar seu interesse em atuar, apoiar, participar, fortalecer e apresentar propostas para as ações junto as organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares de todo o Brasil e do mundo, para participar do processo que
ulminará na realização, em junho de 2012, do evento autônomo e plural, provisoriamente denominado Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD). Entre as propostas estão as campanhas PACTO DAS DONAS DE CASA, EMPRESAS E INSTITUIÇÓES PARA COLETA SELETIVA EM APOIO AO CATADOR , como ação proativa para o CONSUMO CONSCIENTE, ADOÇÃO DA CULTURA DOS 7Rs - Racionalizar, Reduzir, Repensar, Recriar, Reaproveitar, Repartir, Revolucionar e DESPERDICIO ZERO = LIXO ZERO = SANEAMENTO DEZ = SAUDE MIL . Todas com agregação em aproveitamento integral do alimentos/segurança alimentar, cultura de prevenção e construção de cadeias produtivas sustentáveis de ponta a ponta, para o comércio justo, inclusão social e bem viver em harmonia com a matriz mãe: Natureza.
Histórico socioambiental mundial
Resgate feito pela REBEA lembra que há vinte anos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) e o ciclo social de conferências das Nações Unidas que a ela se seguiu, discutiram os problemas globais que afetam a humanidade e pactuaram uma série de propostas para enfrentá-los (as Convenções sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Desertificação, a Agenda 21, Carta da Terra, Declaração sobre Florestas, Declaração de Durban, entre outras). Mas aquilo que deveria ter sido o início da reversão das situações de miséria, injustiça social e degradação ambiental frustrou boa parte das esperanças depositadas nesse processo.
Sete bilhões de seres humanos vivem hoje as seqüelas da maior crise capitalista desde a de 1929. Vivem o aumento gigantesco da desigualdade social e da pobreza extrema, com a fome afligindo diretamente um bilhão de pessoas. Presenciam guerras e situações de violência endêmica e o crescimento do racismo e da xenofobia. O sistema de produção e consumo capitalista, representado pelas grandes corporações, mercados financeiros e os governos que asseguram a sua manutenção, produz e aprofunda o aquecimento global e as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a escassez de água potável, o aumento da desertificação dos solos e da acidificação dos mares, em suma, a mercantilização de todas as dimensões da vida.
Enquanto estamos vivenciando uma crise civilizatória inédita, governos, instituições internacionais, corporações e amplos setores das sociedades nacionais, presos ao imediato e cegos ao futuro, agarram-se a um modelo de economia, governança e valores ultrapassado e paralisante. A economia capitalista, guiada pelo mercado financeiro global, continua apoiada na busca sem limites do lucro, na superexploração do trabalho
- em especial o trabalho de mulheres e dos setores mais vulneráveis –, na queima dos combustíveis fósseis, na predação dos ecossistemas, no desenvolvimento igualado ao crescimento, na produção pela produção – baseada na descartabilidade e no desperdício e sem consideração pela qualidade da existência vivida.
Diante de tal conjuntura, o momento político propiciado pela Rio+20 constitui uma oportunidade única para “reinventar o mundo”, apontando saídas para o perigoso caminho que estamos trilhando. Mas, julgando pela ação dos atores hegemônicos do sistema internacional e pela mediocridade dos acordos internacionais negociados nos últimos anos, suas falsas soluções e a negligência de princípios já acordados na Rio92, entendemos que se não devemos deixar de buscar influenciar sua atuação, tampouco devemos ter ilusões que isso possa relançar um ciclo virtuoso de negociações e compromissos significantes para enfrentar os graves problemas com que se defronta a humanidade e a vida no planeta.
Entendemos que a agenda necessária para uma governança global democrática pressupõe um fim da condição atual de captura corporativa dos espaços multilaterais. Uma mudança somente virá da ação dos mais variados atores sociais: diferentes redes e organizações não governamentais e movimentos sociais de distintas áreas de atuação, incluindo ambientalistas, trabalhadores/as rurais e urbanos, mulheres, juventude, movimentos populares, povos originários, etnias discriminadas, empreendedores da economia solidária, etc. Necessitamos construir um novo paradigma de organização social, econômica e política que – partindo das experiências de lutas reais destes setores e da constatação de que já existem condições materiais e tecnológicas para que novas formas de produção, consumo e organização política sejam estabelecidas – potencializem sua atuação.
A Rio +20 será um importante ponto na trajetória das lutas globais por justiça social e ambiental. Ela se soma ao processo que estamos construindo desde a Rio-92 e, em especial, a partir de Seattle, FSM, Cochabamba e que inclui as lutas por justiça climática para a COP 17 e frente ao G20. Este momento contribuirá para acumularmos forças na resistência e disputa por novos paradigmas baseados na defesa da vida e dos bens comuns . Assim a REBEA no Brasil e o Movimento AMA, no Nordeste, na Bahia, se integra ao grupo e convida a todos e todas para uma primeira atividade preparatória desta Cúpula dos Povos, no dia 2 de julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro para – juntos e juntas – construirmos um processo que culminará em nosso encontro em junho de 2012 e se desdobrará em novas dinâmicas.
Certa de novos caminhos para a pauta de Sustentabilidade na Bahia
Sds harmoniosas
Liliana Peixinho
Movimento AMA - Amigos do Meio Ambiente, integrante da REBEA- Gestora do Comitê Facilitador da Sociedade Civil.
Venha reinventar o mundo na Rio +20!
O Movimento AMA/RAMA integrante da rede REBEA, articulador do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, vem a público socializar informações postadas na REBEA, manifestar seu interesse em atuar, apoiar, participar, fortalecer e apresentar propostas para as ações junto as organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares de todo o Brasil e do mundo, para participar do processo que
ulminará na realização, em junho de 2012, do evento autônomo e plural, provisoriamente denominado Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD). Entre as propostas estão as campanhas PACTO DAS DONAS DE CASA, EMPRESAS E INSTITUIÇÓES PARA COLETA SELETIVA EM APOIO AO CATADOR , como ação proativa para o CONSUMO CONSCIENTE, ADOÇÃO DA CULTURA DOS 7Rs - Racionalizar, Reduzir, Repensar, Recriar, Reaproveitar, Repartir, Revolucionar e DESPERDICIO ZERO = LIXO ZERO = SANEAMENTO DEZ = SAUDE MIL . Todas com agregação em aproveitamento integral do alimentos/segurança alimentar, cultura de prevenção e construção de cadeias produtivas sustentáveis de ponta a ponta, para o comércio justo, inclusão social e bem viver em harmonia com a matriz mãe: Natureza.
Histórico socioambiental mundial
Resgate feito pela REBEA lembra que há vinte anos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) e o ciclo social de conferências das Nações Unidas que a ela se seguiu, discutiram os problemas globais que afetam a humanidade e pactuaram uma série de propostas para enfrentá-los (as Convenções sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Desertificação, a Agenda 21, Carta da Terra, Declaração sobre Florestas, Declaração de Durban, entre outras). Mas aquilo que deveria ter sido o início da reversão das situações de miséria, injustiça social e degradação ambiental frustrou boa parte das esperanças depositadas nesse processo.
Sete bilhões de seres humanos vivem hoje as seqüelas da maior crise capitalista desde a de 1929. Vivem o aumento gigantesco da desigualdade social e da pobreza extrema, com a fome afligindo diretamente um bilhão de pessoas. Presenciam guerras e situações de violência endêmica e o crescimento do racismo e da xenofobia. O sistema de produção e consumo capitalista, representado pelas grandes corporações, mercados financeiros e os governos que asseguram a sua manutenção, produz e aprofunda o aquecimento global e as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a escassez de água potável, o aumento da desertificação dos solos e da acidificação dos mares, em suma, a mercantilização de todas as dimensões da vida.
Enquanto estamos vivenciando uma crise civilizatória inédita, governos, instituições internacionais, corporações e amplos setores das sociedades nacionais, presos ao imediato e cegos ao futuro, agarram-se a um modelo de economia, governança e valores ultrapassado e paralisante. A economia capitalista, guiada pelo mercado financeiro global, continua apoiada na busca sem limites do lucro, na superexploração do trabalho
- em especial o trabalho de mulheres e dos setores mais vulneráveis –, na queima dos combustíveis fósseis, na predação dos ecossistemas, no desenvolvimento igualado ao crescimento, na produção pela produção – baseada na descartabilidade e no desperdício e sem consideração pela qualidade da existência vivida.
Diante de tal conjuntura, o momento político propiciado pela Rio+20 constitui uma oportunidade única para “reinventar o mundo”, apontando saídas para o perigoso caminho que estamos trilhando. Mas, julgando pela ação dos atores hegemônicos do sistema internacional e pela mediocridade dos acordos internacionais negociados nos últimos anos, suas falsas soluções e a negligência de princípios já acordados na Rio92, entendemos que se não devemos deixar de buscar influenciar sua atuação, tampouco devemos ter ilusões que isso possa relançar um ciclo virtuoso de negociações e compromissos significantes para enfrentar os graves problemas com que se defronta a humanidade e a vida no planeta.
Entendemos que a agenda necessária para uma governança global democrática pressupõe um fim da condição atual de captura corporativa dos espaços multilaterais. Uma mudança somente virá da ação dos mais variados atores sociais: diferentes redes e organizações não governamentais e movimentos sociais de distintas áreas de atuação, incluindo ambientalistas, trabalhadores/as rurais e urbanos, mulheres, juventude, movimentos populares, povos originários, etnias discriminadas, empreendedores da economia solidária, etc. Necessitamos construir um novo paradigma de organização social, econômica e política que – partindo das experiências de lutas reais destes setores e da constatação de que já existem condições materiais e tecnológicas para que novas formas de produção, consumo e organização política sejam estabelecidas – potencializem sua atuação.
A Rio +20 será um importante ponto na trajetória das lutas globais por justiça social e ambiental. Ela se soma ao processo que estamos construindo desde a Rio-92 e, em especial, a partir de Seattle, FSM, Cochabamba e que inclui as lutas por justiça climática para a COP 17 e frente ao G20. Este momento contribuirá para acumularmos forças na resistência e disputa por novos paradigmas baseados na defesa da vida e dos bens comuns . Assim a REBEA no Brasil e o Movimento AMA, no Nordeste, na Bahia, se integra ao grupo e convida a todos e todas para uma primeira atividade preparatória desta Cúpula dos Povos, no dia 2 de julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro para – juntos e juntas – construirmos um processo que culminará em nosso encontro em junho de 2012 e se desdobrará em novas dinâmicas.
Certa de novos caminhos para a pauta de Sustentabilidade na Bahia
Sds harmoniosas
Liliana Peixinho
Movimento AMA - Amigos do Meio Ambiente, integrante da REBEA- Gestora do Comitê Facilitador da Sociedade Civil.
terça-feira, 8 de março de 2011
PROTAGONISMO FEMININO E RETROCESSOS SOCIAIS
Por : Liliana Peixinho *
A força interna da mulher canaliza energias que passam pelo cérebro, na razão do cuidado; vai para os músculos, na emergência em fazer tarefas, enfrentar desafios e persiste, insiste, diante do incansável, perene e obstinado desejo de cuidar, proteger, superar-se, a cada nosso desafio. Performances que às vezes, no drible ao tempo, deixam marcas, cicatrizes expostas, dores, sofrimento, perdas irrecuperáveis. Entre a satisfação dessas superações e a dor do não compartilhamento de tarefas amenas, como o amor e cuidado com a educação, orientação dos pais, aos filhos no lar ou fora dele, fica a incerteza do futuro que estamos a desenhar para as novas gerações. Estamos, a cada novo dia, aumentando o percentual de mulheres que, sozinhas, são responsáveis pelo provimento das despesas da casa. No Norte e Nordeste do Brasil isso é mais agravante porque o número de filhos é maior e as oportunidades de trabalho bem menores que em outras regiões .
A luta da mulher pela conquista de espaço, reconhecimento, direitos e inserção social acompanha o próprio desenvolvimento humano. Muito se conquistou, com certeza, com sangue, suor e lágrimas. O papel multifacetado da mulher é reconhecido pela mídia, movimentos sociais, coletivos profissionais, pela própria instituição familiar que estão a destacar a luta da mulher como pessoa, ser humano, mãe, trabalhadora, tia, avó, amante, esposa, amiga, confidente, e os mais diversos e infinitos papéis que ela sempre esteve, está e estará fadada a desempenhar na construção de novas civilizações. Socializar essa discussão com ações cotidianas, focar desafios e mudanças para uma Economia circular, cidadã, sustentável é uma nova pauta na velha luta pela preservação da Vida.
Se as conquistas femininas por um lado nos enobrece, aumenta a nossa auto-estima, nos honra e nos orgulha. paradoxalmente estar a nos entristecer, fazer pensar, repensar, ponderar, porque essas conquistas deveriam nos fazer mais felizes, menos estressadas, mais harmoniosas e menos exploradas. E isso não está acontecendo proporcionalmente às nossas conquistas históricas. Ainda somos minoria no parlamento, ainda ganhamos muito menos que os homens, fazendo as mesmas funções, temos jornadas múltiplas, com acúmulo de tarefas, ainda não nos reconhecemos para nos elegermos para defender o nosso próprio protagonismo na luta por direitos. E isso é um contrasenso indignante.
É inegável o reconhecimento da participação feminina nos mais diversos ambientes de produção. A mulher se destaca como produtora do conhecimento, difusora de informações, gestora de conflitos, executora de ações verdadeiramente sustentáveis dentro das Cadeias Produtivas, de ponta a ponta, seja no lar, no trabalho, na escola, na família, na comunidade, na política, na economia. Enfim, o olhar, o fazer, o cuidado feminino, é instrumento revolucionário para a construção do novo paradigma do equilíbrio entre as necessidades de consumo e a preservação de matrizes energéticas limpas.
Guerreiras do Brasil e mundo afora que estão na luta pela conquista de novos degraus, no mais alto grau da representação política de um país, Marina, Dilma, Ana, Tereza, são oportunidades que nós, mulheres e/ou homens com sensibilidade feminina, temos agora, para reconhecermos, de fato, esse protagonismo feminino histórico. É importante nos apoderarmos de informações claras e diversas para analisarmos causas do desperdício de direitos, valores e projetos da sociedade, saber contextualizar a crise estrutural do capitalismo, desenhar e perseguir uma nova visão integrada, holístíca, multifacetada, atenta a necessidades de cumprimento de todas as etapas para a formação de cadeias produtivas alinhadas às novas mudanças de um planeta sedento de cuidados para garantirmos a Vida.
Planejamento, atitude, luta, aplicação de políticas para o desenvolvimento humano sustentável, com eqüidade, justiça social e equilíbrio ambiental, são fases importantes para qualquer ação no presente e garantia do futuro. Precisamos colocar em prática atitudes de mudança no consumo em nome da preservação da vida. Visito faculdades, empresas e instituições que têm projetos ditos “sustentáveis”, mas que não passam das idéias. O desafio é a garantia da vida com qualidade, prazer, alegria, desejo de querer fazer não porque alguém
nos manda, ordena, impõe, mas porque sabemos ser necessário, importante no papel de cada um, em casa, no trabalho, na escola, no lazer.
Oportunidades que estão diretamente linkadas com a necessidade de mudança de comportamento para uma agenda doméstica sustentável, com novas atitudes sobre Consumo Consciente, Comércio Justo, Produto Limpo, Desperdício Zero, Cultura dos RRRRRR – Repensar, Racionalizar, Reduzir, Reaproveitar, Recriar, Reinventar, Reciclar, Revolucionar, através da participação social proativa, voltada para uma Economia Circular, sem desperdícios, com aproveitamento integral, total, de tudo, com resíduos na perspectiva do zero.
Mais do que entender os efeitos negativos provocados pelo Aquecimento Global e as grandes catástrofes verificadas nos últimos anos, está faltando ao Ser Humano entender, interiorizar, absorver, no coração, alma e cérebro, que a felicidade em Ser pode estar na busca do encontro com o outro. E para caminhar nessa direção precisamos enfrentar, ainda mais, novos obstáculos, abrir mão de comportamentos egoístas, imediatistas, superficiais e meramente repetitivos, convencionais, para transgredir, subverter e quebrar regras milenares em nome da dinâmica natural das leis do Universo, com renovação, invenção, criatividade, compromisso e prazer em fazer.
Liliana Peixinho - Jornalista, ativista socioambiental. Fundadora dos Movimentos Livres AMA/ RAMA – Amigos do Meio Ambiente e Rede de Articulação e Mobilização Ambiental Pós graduada em Mídia e Meio Ambiente. www.amigodomeioambiente.com.br lilianapeixinho@gmail.com 71 – 9938--0159
A força interna da mulher canaliza energias que passam pelo cérebro, na razão do cuidado; vai para os músculos, na emergência em fazer tarefas, enfrentar desafios e persiste, insiste, diante do incansável, perene e obstinado desejo de cuidar, proteger, superar-se, a cada nosso desafio. Performances que às vezes, no drible ao tempo, deixam marcas, cicatrizes expostas, dores, sofrimento, perdas irrecuperáveis. Entre a satisfação dessas superações e a dor do não compartilhamento de tarefas amenas, como o amor e cuidado com a educação, orientação dos pais, aos filhos no lar ou fora dele, fica a incerteza do futuro que estamos a desenhar para as novas gerações. Estamos, a cada novo dia, aumentando o percentual de mulheres que, sozinhas, são responsáveis pelo provimento das despesas da casa. No Norte e Nordeste do Brasil isso é mais agravante porque o número de filhos é maior e as oportunidades de trabalho bem menores que em outras regiões .
A luta da mulher pela conquista de espaço, reconhecimento, direitos e inserção social acompanha o próprio desenvolvimento humano. Muito se conquistou, com certeza, com sangue, suor e lágrimas. O papel multifacetado da mulher é reconhecido pela mídia, movimentos sociais, coletivos profissionais, pela própria instituição familiar que estão a destacar a luta da mulher como pessoa, ser humano, mãe, trabalhadora, tia, avó, amante, esposa, amiga, confidente, e os mais diversos e infinitos papéis que ela sempre esteve, está e estará fadada a desempenhar na construção de novas civilizações. Socializar essa discussão com ações cotidianas, focar desafios e mudanças para uma Economia circular, cidadã, sustentável é uma nova pauta na velha luta pela preservação da Vida.
Se as conquistas femininas por um lado nos enobrece, aumenta a nossa auto-estima, nos honra e nos orgulha. paradoxalmente estar a nos entristecer, fazer pensar, repensar, ponderar, porque essas conquistas deveriam nos fazer mais felizes, menos estressadas, mais harmoniosas e menos exploradas. E isso não está acontecendo proporcionalmente às nossas conquistas históricas. Ainda somos minoria no parlamento, ainda ganhamos muito menos que os homens, fazendo as mesmas funções, temos jornadas múltiplas, com acúmulo de tarefas, ainda não nos reconhecemos para nos elegermos para defender o nosso próprio protagonismo na luta por direitos. E isso é um contrasenso indignante.
É inegável o reconhecimento da participação feminina nos mais diversos ambientes de produção. A mulher se destaca como produtora do conhecimento, difusora de informações, gestora de conflitos, executora de ações verdadeiramente sustentáveis dentro das Cadeias Produtivas, de ponta a ponta, seja no lar, no trabalho, na escola, na família, na comunidade, na política, na economia. Enfim, o olhar, o fazer, o cuidado feminino, é instrumento revolucionário para a construção do novo paradigma do equilíbrio entre as necessidades de consumo e a preservação de matrizes energéticas limpas.
Guerreiras do Brasil e mundo afora que estão na luta pela conquista de novos degraus, no mais alto grau da representação política de um país, Marina, Dilma, Ana, Tereza, são oportunidades que nós, mulheres e/ou homens com sensibilidade feminina, temos agora, para reconhecermos, de fato, esse protagonismo feminino histórico. É importante nos apoderarmos de informações claras e diversas para analisarmos causas do desperdício de direitos, valores e projetos da sociedade, saber contextualizar a crise estrutural do capitalismo, desenhar e perseguir uma nova visão integrada, holístíca, multifacetada, atenta a necessidades de cumprimento de todas as etapas para a formação de cadeias produtivas alinhadas às novas mudanças de um planeta sedento de cuidados para garantirmos a Vida.
Planejamento, atitude, luta, aplicação de políticas para o desenvolvimento humano sustentável, com eqüidade, justiça social e equilíbrio ambiental, são fases importantes para qualquer ação no presente e garantia do futuro. Precisamos colocar em prática atitudes de mudança no consumo em nome da preservação da vida. Visito faculdades, empresas e instituições que têm projetos ditos “sustentáveis”, mas que não passam das idéias. O desafio é a garantia da vida com qualidade, prazer, alegria, desejo de querer fazer não porque alguém
nos manda, ordena, impõe, mas porque sabemos ser necessário, importante no papel de cada um, em casa, no trabalho, na escola, no lazer.
Oportunidades que estão diretamente linkadas com a necessidade de mudança de comportamento para uma agenda doméstica sustentável, com novas atitudes sobre Consumo Consciente, Comércio Justo, Produto Limpo, Desperdício Zero, Cultura dos RRRRRR – Repensar, Racionalizar, Reduzir, Reaproveitar, Recriar, Reinventar, Reciclar, Revolucionar, através da participação social proativa, voltada para uma Economia Circular, sem desperdícios, com aproveitamento integral, total, de tudo, com resíduos na perspectiva do zero.
Mais do que entender os efeitos negativos provocados pelo Aquecimento Global e as grandes catástrofes verificadas nos últimos anos, está faltando ao Ser Humano entender, interiorizar, absorver, no coração, alma e cérebro, que a felicidade em Ser pode estar na busca do encontro com o outro. E para caminhar nessa direção precisamos enfrentar, ainda mais, novos obstáculos, abrir mão de comportamentos egoístas, imediatistas, superficiais e meramente repetitivos, convencionais, para transgredir, subverter e quebrar regras milenares em nome da dinâmica natural das leis do Universo, com renovação, invenção, criatividade, compromisso e prazer em fazer.
Liliana Peixinho - Jornalista, ativista socioambiental. Fundadora dos Movimentos Livres AMA/ RAMA – Amigos do Meio Ambiente e Rede de Articulação e Mobilização Ambiental Pós graduada em Mídia e Meio Ambiente. www.amigodomeioambiente.com.br lilianapeixinho@gmail.com 71 – 9938--0159
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